CICLOS

Publicado: 06/05/2020 em Poesia

No futuro, quando 2020 houver se desmilinguido e como passou voando a Idade Média e seus séculos onde Deus esqueceu do mundo, habitaremos uma lembrança nascida aqui neste quebrar de ciclos, que também passou num átimo.

Sim, em 2020 o mundo acabou em pleno movimento. Tivemos que reinventar a capacidade de lutar contra a morte quase sempre e diariamente. Mas, valeu a pena.

O mundo que hoje se apresenta em nova morada é um mundo que nasceu das mortes, do vírus, do caos e do desespero.

Não poderia haver parteira melhor para que alcançassem a paz os que herdaram a Terra. São novos olhares, novos quereres e muitos solidários corações. O mundo passou a ser o mundo da Mãe Terra, Gaya, a Luz verde a nos guiar e os sete raios a nos iluminar com os Ascensionados Mestres.

Muitos se foram e a Terra não lhes cobra a falta. A Terra não se ressente da ausência de um código moral, ordenamentos jurídicos, organizações e multinacionais.

A Terra, a grande Mãe Azul apenas está com quem está ao seu lado pela vida.

Parece tão simples mas foi preciso um pequenino ser, invisível parasita para que tudo voltasse a normalidade.

Ciclos são eternos e neles se encaixam os corações. Desencaixam-se os ódios e as mesquinharias.

photo of beach during golden hour

Foto por Joshua Woroniecki em Pexels.com

NÃO SE APOSENTE DA VIDA.

Publicado: 28/03/2018 em Poesia

 

Andando pelas Jaqueiras da vida as pernas comandam tudo. Até os olhos percebem o compasso da caminhada e vão ora lentos ora acelerados buscando o conforto natural que as caminhadas trazem.

Tudo é tão claro certas manhãs e tão diferentes das noites que ouso dizer que é fácil viver. Noutros momentos , onde a inevitável dor nos alcança, a capacidade de enxergar diminui. Como se os olhos da alma duelassem com os olhos que o cérebro lança no mundo já não encontrassem capacidade de convívio e de paz.

Enquanto a volta para casa é pura festa e endorfinas fazem isso mesmo encontro um livro de Alice Ruiz. É outra festa para se comer hai-kais feitos com tanta maestria pela poeta dos meus sonhos e de tanto tempo compartilhados que às vezes parece que a conheço, já estivemos juntos, já não há essa distância impossível.

Olha ela me dizendo o quanto a vida é possível com um olhar dentro de olhares possíveis e benfazejos:

  1. Aqui as estações passam e cada uma vai deixando o seu perfume:
  2. “primavera
    até a cadeira
    olha pela janela”
  3. Aqui o tempo é soberano e a fotografia é imensa:
  4. Correndo risco
    a linha do corpo
    ganha seu rosto

Aqui é para acordar mesmo. Poesia e poeta imensas:

Lembra

 

Lembra o tempo
em que você sentia

e sentir
era a forma
mais sábia de saber

E você nem sabia?

 

A poesia é mais viva é mais verde é solar,

a poesia de Magna é encanto, é aquele lugar especial,

é o toque na nossa pele libertando nossos corpos.

A poesia é mais humana é mais terra é celeste,

a poesia de Magna é alento, é o colo da nossa mãe.

E findo esse mundo de intolerâncias, abre-se o mundo da espera vertida em esperança:

“Sim, a esperança passeia

Está ali
Bem pertinho
Em sala de aula
Aprendendo
Ensinando

Brotando”!

MAGNA SANTOS

O JARDIM? logo aí: http://sementeiras.com.br/

Magna me dando um poema que não pode ficar nos comentários, tem asas, tem de subir, é um poemanjo:

” Senti no toitiço o tapinha de amigo/ senti na garganta a lágrima entalada de mar…Ah, meu amigo, a generosidade é tua praia mais perto/ Pros amigos descansarem, se refestelarem, se paralisarem. Obrigada Domingos, obrigada por continuar nutrindo laços, alimentando afeto e cultivando a poesia que você conhece tão bem. Nosso fusca já não tem os mesmos passageiros de antes. ( Faz quanto tempo, meu Deus!!) . Na verdade, eles estão lá, bem ali, olhando o “waze” do percurso. Fazendo também o próprio caminhar na eterna estrada da vida que não se esgota nunca. Saudade recorrente é sinal de amizade, de carinho. Estes sentimentos também eternos. Deus te alimente os dedos. Deus te conceda a condição da serenidade para não deixares escapar nenhuma vírgula.

Abração cheio de emoção e afeto.

MAGNA

 

 

 

JOÃO TÁ INDO…

Publicado: 28/03/2017 em Poesia
  • Para João Carlos:

  • Passou mesmo como um cometa de sorrisos e frases inspiradas. Passou mesmo como um bom músico que havia acabado de lançar banda e CD na praça.
    Passou como o cara que sabia que não se deve brigar em lugar nenhum dessa vida e muito menos nas arenas virtuais da vida.
    Encontrei João nos últimos dez anos apenas duas vezes.
    Os outros encontros se deram no Fusca, o blog que nos reuniu durante alguns poucos anos mas que deu uma liga danada.
    Depois o Fusca enguiçou e viemos para o facebook onde nossas pelejas adentraram para política e outras cositas más.
    João era o cara que me suportava com toda a minha ira e minha desinteligência emocional.
    O amigo que partiu tinhas asas escondidas no coração.
    Sua coluna Sábado Som virou livro e João continuou voando e alçando suas conquistas.
    Outro livro e mais outro e CD e músicas e banda e a vida nos levando vertiginosamente.
    Hoje acordei com meu filho Daniel me informando da notícia triste de que João partira.
    João era um concerto nordestino desses que o sol teima em queimar e que resiste até as maiores intempéries.
    João era um tributo vivo à Paul McCartney que ele chamava de Macca em singela parceria e absoluta verdade. João era profundo conhecedor dos Beatles e sabia como poucos sobre Paul.
    João na verdade tá indo num gerúndio infinito e eterno.
    Ele não nos abandonou à toa porque tem muito amor aqui na Terra. Amor que ele plantou, semeou e deixou como florestas inteiras.
    João era uma floresta de amigos. Um cara plural.
    Nada nele era singular e está fazendo uma falta imensa, dessas que você passa a tarde entre não saber se vai ao velório ou fica escutando música para lembrar mais do amigo.
    Uma saudade dessas que só João saberia definir.
    Eu me calo diante da sua maestria com as palavras.
    Espero que o mano Arsênio o tenha recebido e agora estejam batendo aquele Clássico dos Clássicos com muita viola, cigarros e música.
    Que o Criador de tudo que há o tenha recebido com um coral de anjos e muita muita estória para ouvir o João contar.
    Até breve irmão passarinho.
    Nos encontramos num átimo de uma nota musical.

Duda Brama.

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Imagem  —  Publicado: 31/12/2016 em Poesia

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Já nos legava o Marechal Jimmy Brown, o popular Maruca da Village Tamarineira, aquele popular filósofo da zona norte zen: quem sai aos seus não degenera.

E como vai dando errado o governo Temer com tão poucos dias de inescrupulosa tomada.

Uns dizem que é golpe, outros que é farsa, outros que tudo foi no devido processo legal.

Que nada.

O manual do golpe é antigo.

Vem com verbas do Tio Sam e para as repúblicas de banana da AL é mais do que suficiente.

Com a ajuda de um jornalismo escroto e com poucas e escrotas famílias no comando o poder volta aos 1% que possui mais de 45% da renda e do PIB nacionais.

E continuará dando errado até o fim que espera seja breve.

Fico com a poesia de Manoel de Barros, Alice Ruiz e Paulo Leminski para nos salvar do impoderável e da eterna luta entre o bem e o mal. Que particularmente em nosso país sempre deu ganho de causa ( injusta causa ) ao mal. Aos males. A casa grande:

Quem anda no trilho é trem de ferro. Sou água que corre entre pedras – liberdade caça jeito.

Manoel de Barros

amigo grilo
sua vida foi curta
minha noite vai ser longa

Alice Ruiz

acordei e me olhei no espelho
ainda a tempo de ver
meu sonho virar pesadelo

Paulo Leminski

 

 

Os melhores juristas.

Os melhores arquitetos, urbanistas.

Os melhores cérebros. Os melhores artistas.

O povo em sua imensa maioria, simplicidade e sabedoria.

Todos são a favor do OCUPE ESTELITA  e contra esta aberração chamada projeto novo recife.

Que de novo não tem nada.

Em um leilão fraudulento.

Preço vil.

Três prefeitos no bolso.

Quatro câmaras de vereadores no bolso.

As empreiteiras pensam que podem tudo.

Mas Estelita é do povo como o céu do Condor.

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Que doidice pensei eu – saindo das redes sociais e retornando ao blog pelo livre expressar, pelo livre pensar e para fugir do politicamente correto.

Então tá:

Quando as aves falam com as pedras e as rãs com as águas – é de poesia que estão falando.

 Quem anda no trilho é trem de ferro. Sou água que corre entre pedras – liberdade caça jeito.

Cristo foi um dos grandes poetas do mundo – tanto que já passaram 20 séculos por cima de suas palavras e elas são vivas e reviçadas todos os dias.

A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou – eu não aceito.

Não agüento ser apenas um sujeito que abre portas,
que puxa válvulas, que olha o relógio,
que compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.

Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem usando borboletas.

Manoel de Barros

Não importa o seu partido se você ainda resguarda humanidade nos seus gestos.

Sua ideologia não me importa.

Nem seus conceitos  políticos, econômicos e administrativos.

Sua educação é importante.

Suas ações.

Sua maneira de estar no mundo.

Embora não simpatize com tucanos e outras aves de rapina…

sei que há gente boa nessas plagas/pragas.

Embora simpatize com petistas ou petralhas , sei que há

muita gente que não vale a pena , inclusive nos governos.

No governo que começa.

E vamos além dos números e previsões econômicas.

Muitas catastróficas.

Catástrofe mesmo prá mim é o racismo, a homofobia, o preconceito imbecil contra os nordestinos.

Catástrofe mesmo é não saber amar…

É viver de aparência:essa fina lâmina de alguns mílimetros que encobrem tanta feiúra…

Catástrofe mesmo é não se levantar depois da queda.

É não estender a mão…

É não abrir os olhos…

E não olhar para o céu…

FELIZ 2015 PARA TODOS OS HABITANTES DO PLANETA TERRA.

UM PÁLIDO PONTO NO CÉU COM TANTA BELEZA !!!

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Dos dois Andrés.

Publicado: 10/11/2014 em Poesia

familia E a vida segue tão bonita, se espraia na família, se aconhega nos novos lares. É assim sem medida. Uma pausa e um alívio. Notícias cheias de luz e bem aventuranças. Hoje, o aniversário do primeiro sobrinho. André. Sinônimo de temperança, equilibrio, bondade e musicalidade. Hoje, perto de fazer um mês de nascido, o André sobrinho neto. Dádiva sob o céu de Brasília. Com o amor de Thiago e Cecília. Uma esperança para que o mundo seja muito melhor com a sua chegada. Ainda não conheci pessoalmente o mais novo integrante da família. Estão bem os dois. A vida segue tão bonita que eu deixo um poema de Drummond para eles:

DESEJOS

Desejo a vocês… Fruto do mato Cheiro de jardim Namoro no portão Domingo sem chuva Segunda sem mau humor Sábado com seu amor Filme do Carlitos Chope com amigos Crônica de Rubem Braga Viver sem inimigos Filme antigo na TV Ter uma pessoa especial E que ela goste de você Música de Tom com letra de Chico Frango caipira em pensão do interior Ouvir uma palavra amável Ter uma surpresa agradável Ver a Banda passar Noite de lua cheia Rever uma velha amizade Ter fé em Deus Não ter que ouvir a palavra não Nem nunca, nem jamais e adeus. Rir como criança Ouvir canto de passarinho. Sarar de resfriado Escrever um poema de Amor Que nunca será rasgado Formar um par ideal Tomar banho de cachoeira Pegar um bronzeado legal Aprender um nova canção Esperar alguém na estação Queijo com goiabada Pôr-do-Sol na roça Uma festa Um violão Uma seresta Recordar um amor antigo Ter um ombro sempre amigo Bater palmas de alegria Uma tarde amena Calçar um velho chinelo Sentar numa velha poltrona Tocar violão para alguém Ouvir a chuva no telhado Vinho branco Bolero de Ravel E muito carinho meu.

OS ROLEZINHOS.

Publicado: 14/01/2014 em Domingos - Crônicas
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role

 

 

Jovens negros, pobres e moradores da periferia morrem mais do que jovens brancos, classe média e moradores mais ao centro.

O Brasil não se reconhece na periferia. O Brasil se reconhece no crediário, no shopping, na tv, no auditório macaqueando faustosilvasexuxasebigbrothers.

O Brasil não se interessa se os jovens não tem espaço público para prática de esportes,

escola para a educação da vida,

teatros, cinemas, cultura para não morrer da verdade escaldante do concreto nosso de cada morte de cada dia.

Jovens negros, pobres e moradores da periferia metem muito medo à classe média de Marilena Chauí, satanizada por Marilena Chauí, embalsamada por Marilena Chauí.

O Brasil não tem governo que se interesse pelo outro Brasil onde a PM mete bala de verdade, mata de verdade, esconde de verdade os jovens negros da periferia

e não se conta nada a ninguém.

Só ao medo interessa mais medo.

Ficamos nem lá nem cá sem espaço algum.

Os encapsulados só vestem concreto e se divertem respirando o ar podre dos shoppings centers.

Os da periferia respiram nos ônibus o hálito da cidade envenenada e não conseguem chegar até o ar podre dos shoppings centers.

Não se busca educação.

Não se busca cultura.

Nâo se busca emprego e muito menos cidadania.

Bem que seu Lula avisou que tinham mais de 300 picaretas com anel de Doutor.

Anel que não lhe cabe na cultura mínima e na aposentadoria fraudulenta dos nove dedos do homem que Golbery inventou.

300 picaretas há que muito mais há de nos caber nos 300 mil empregos dos cumpanero do partidodostrabalhadoresquenãotrabalharam.

O rolezinho não vai terminar bem.

Acreditem.

Povo sem educação implode…

 

PS –

Vagabundos como eu, que não têm dinheiro pra pagar rolê, sempre precisam de algo mais pra convencer. E eu gosto de rap, sou trabalhador, inteligente, então me diz amor, tá bom pra você, ein?

Projota

Nada de roupa,nada de carro, sem emprego, não tem ibope , não tem role sem dinheiro…. sendo assim sem chance sem mulher você sabe muito bem o que ela quer é, encontre uma de caracter se você puder… é embaçado ou não é.

MANO BROWN

O Blog volta.

O fusca, no toitiço da requenguela da titela, o blog de Duda Brama.

Que ousou por uns tempos, deu caldo, foi lá , marcou alguns gols e só.

Um entre bilhões de blogs na blogosfera, mais um na multidão , que o auxílio é mais do que luxuoso da musa e do cara da jovem guarda aí embaixo.

Amigos passaram, amigos passarão e nós passarinhos de novo , outra vez e quanta água correu no riacho dos desesperados.

De 2009 a 2011 força máxima.

De 2012 marcha forçada. Em 2013 morte súbita.

Que na vida amigos vem e vão, porque de fato são poucos os amigos.

E a poesia não nos deixa na mão.

O ano finda e não poderia deixar de ser uma croniqueta de boteco, dessas que só sai na base

da água ardente, do caldinho e da cerveja, das conversas sem rumo, dos olhares e das horas e do nada absoluto.

Que a WordPress nos seja leve.

O fusca que já foi adesivado, terminou de longe assistindo a vitória do MOVIMENTO TRANSPARÊNCIA ALVIRRUBRA.

Para arrumar de vez o coração dos alvirrubros depois de 40 anos clamando no deserto.

Amém.

Akbar.

Hosana.

Oxalá.

Saravá.

PS – Eu e você, sem um centavo no bolso, podemos comprar o que a terra tem de melhor (Walt Whitman).

waltwhitman

blogar

 

 

Que verbo mais louco,

que vida virtual…

num blog ou blogue , a pequena derivação de diário ou blogger

a vida segue com mais ou menos fôlego na conjugação do verbo blogar.

Milhões de diários,

de histórias e estórias,

poemas, versos, políticas, amores,

lutas, guerras, fomes e vitórias,

um estoque absurdo,

uma biblioteca de Alexandria, de Roma,

cabendo nos TERABYTES dos provedores da rede mundial.

Eita,

blogar se aprende apanhando,

chorando,

sorrindo,

em todas as formas de todos os imperfeitos lugares de se conjugar a vida,

blogar se aprende teclando, na mão,

no papel,

nos rabiscos das canas homéricas em papéis de pão,

em todas as esquinas que o olhar alcança,

blogar se aprende errando

e muito…

 

harpa1

 

 

Pensei nas últimas semanas, agi, corri feito louco.

Sofri assédio moral quase que diário, escapei, sobrevivi a um dia de chuva, a outro dia de fúria.

Chorei sozinho no banheiro, mas ainda não era o fim do mundo.

Me afoguei em toneladas de papel, serviço, responsabilidades, dinheiro dos outros para cuidar, mas ainda não era o fim do mundo.

Nada é o fim do mundo.

O fim do mundo, do mundo de cada um, que é o que nos cabe cuidar e melhorar,

é quando  o amor se desvai, se finda, não medra, não se explica, nem se justifica.

O fim do mundo, normalmente é uma escuridão.

E nela é quando não vemos nem a nossa sombra.

O mundo precisa é nascer, é preciso viver esse parto,

é  preciso medir e aceitar e perceber que o amor não é depender de ninguém,

que o outro longe, um dia volta, ou um dia a gente se encontra.

O outro longe é lugar que nunca existe nem existiu.

Sempre haverá no calor da ausência uma certeza

que não deixa ir embora nosso sorriso.

(*) escrito nos engarrafamentos de Raincife e Hellcife entre alguns dias de Maio ou desmaio. como seja.

reiki

 

 

quando nascemos tínhamos um papa diferente

uma igreja diferente

e a fé católica apóstolica romana ainda habitava o imaginário sem maiores concorrências…

eis que crescemos

a igreja afunda em escândalos,

em ouro,

em ações que o banco do vaticano teima em esconder,

em lavagem de dinheiro,

em P E D O F I L I A…

muita vergonha para uma igreja que se diz sucessora do CRISTO.

Eita que se ele voltasse novamente teríamos o diálogo de OSHO REDIVIVO?

– Cristo preso por um padre

– Cristo acusado de atrapalhar 2.000 anos do negócio que está dando certo?

– Cristo novamente sendo crucificado agora pelos devidos católicos e não mais pelos indevidos judeus?

PapaFrancisco14.03.13

 

a resposta com Francisco ou talvez com Dom Hélder…

 

O verdadeiro cristianismo rejeita a ideia de que uns nascem pobres e outros ricos, e que os pobres devem atribuir a sua pobreza à vontade de Deus.

Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo. Quando pergunto porque eles são pobres, chamam-me de comunista.

Dom Helder Câmara

 

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o velho amigo de trinta anos me liga novamente,

com litros de cerveja no quengo,

animado e triste ao mesmo tempo, uma obra que só as cervejarias conseguem produzir em nossos cérebros.

preocupado o amigo, ralha de novo com o seu casamento trintão e passa a detonar um cunhado distante,

talvez uma boa obra de ficção,

pois ao que me consta o amigo é filho único,

pois vai…

anuncia ele que a irmã está vivendo há mais de uma década com um mala, mentiroso, prá lá de qualquer adjetivo,

parece crônica de Nelson Rodrigues,

a vida prevaricada, a vida como ela era,

nem sei o que dizer,

mas eu nem consigo dizer nada,

o amigo diz que a irmã descobriu uma vida inteira de traições, mentiras, abandono afetivo , abandono dos filhos,

desse cara que é , pasmem, supostamente o marido dela,

ainda.

apanhado no maior flagrante ainda saiu atirando antes de bater a porta,

desanimado o amigo diz que a irmão vai perdoar,

aí eu entro pesado,

como um rinocerante,

amigo,

em dias modernos, uma mulher independente vive assim nesse abandono, abandonando os filhos em tempo real

é porque é tão bandida quanto o homem.

cúmplica,

parceira,

tão sacana quanto o sacana.

viver dependendo da manutenção do status quo é viver num estacionamento confortável.

e na vida, digo eu ao amigo exaltado: não existem estacionamentos confortáveis.

 

 

PS – para reflexão do amigo, da irmã e de todo mundo que conheço:

Sentir-se amado

O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama.

Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.

Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.

A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?

Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.

Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. “Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho”.

Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. “Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato.”

Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.

Martha Medeiros

POLITICAMENTECORRETO

chafurdamos  desde sempre pelas teletelas globais

quando começou essa onda do politicamente correto não lembro

é muito chata

estonteantemente chata

tão chata e ridícula

quanto ouvir a globo news

ou ler a coluna do novocaetanomanobabaca no estadão ou no globo

é bom ler

como é bom assinar a Veja

para saber como não devemos pensar

pelo menos assim penso eu.

tenho de saber como pensam os sacanas, os oligarcas, os banqueiros , os políticos, os donos dos grandes grupos midiáticos

para poder não sucumbir.

nessa esteira surgiu esse totalitarimo tupiniquim vindo do totalitarismo fundamentalista americano

que ameaça a sua liberdade

a minha liberdade

todas as liberdades

em nome de supostas regras, sãs e fundamentais.

um cacete.

politicamente correto não me convenceu até hoje

nem me fará sucumbir

da mais remota possibilidade de gritar

de testemunhar o meu tempo

de fazer um grão de areia do meu tempo

de não abdicar do direito à preguiça

de dizer não à escravidão

de não apodrecer no lugar comum do gado pastando dentro dos ônibus , metrôs, vilas e subúrbios.

de não ser pensado, agido e coagido,

de não ser calado, ficar calado, engolfado, colhido, mastigado, jogado fora e cuspido.

de não poder dizer não,

de dizer não na tora.

de dizer sim quando quiser.

e iremos  assim

como o poeta Manoel de Barros o fez e faz no seu revolucionário dialeto onde afirma:

ser poeta é a arte de ser inútil!!!!

 

PS – e poder pisar na grama sim.

OBS:

Se você procura alguém coerente, sensata, politicamente correta, racional, cheia de moralismo… Equeça-me! Se você sabe conviver… com pessoas intempestivas, emotivas, vulneráveis, amáveis, que explodem na emoção: acolha-me.”

Clarice Lispector

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REFLEXÕES SOBRE A ARTE DE VIVER” [TRECHO]
Por Joseph Campbell

Se você quer um título universitário para compensar um complexo de inferioridade, abra mão do complexo, pois ele é algo artificial.

Quando você cursa uma universidade, não faz aquilo que você quer fazer. Você descobre o que o professor quer que você faça para receber o diploma e faz isto. Se você quer o título para dar aulas, o ideal é fazer o curso da maneira mais rápida e fácil. Tendo recebido o diploma, aí você expande a sua educação.

Recebi uma bolsa de estudos na Europa, e fui cursar a Universidade de Paris. Estava dedicando-me ao francês e ao provençal medievais e à poesia dos trovadores. Quando cheguei à Europa, descobri a Arte Moderna: James Joyce, Picasso, Mondrian – toda aquela turma. Paris, em 1927-1928, era outra coisa. Depois, fui à Alemanha, comecei a estudar Sânscrito e me envolvi com o hinduismo. Depois Jung enquanto estudava na Alemanha. Tudo estava se abrindo – deste lado, daquele lado. Bem, a minha dúvida na época foi: “Devo voltar para aquela garrafa?” Meu interesse pelo romance celta se fora.

Fui à universidade e disse: “Olha, não quero voltar para aquela garrafa”. Tinha feito todas as matérias necessárias para o título; só precisava redigir a maldita tese. Não me deixavam ir para outro lugar e dar prosseguimento aos estudos, e por isto eu disse, vão para o inferno. Mudei-me para o campo e passei cinco anos lendo. Nunca tirei meu Ph.D. Aprendi a viver com absolutamente nada. Estava livre e não tinha responsabilidades. Foi maravilhoso.

É preciso coragem para fazer aquilo que você deseja.

Outras pessoas têm um monte de planos para você.

Ninguém quer que você faça o que você quer fazer.

Eles querem que você embarque na viagem deles, mas você pode fazer o que quiser.

Eu fiz isto. Fui para o mato e li durante cinco anos.

Foi entre 1929 e 1934, cinco anos. Fui para uma pequena cabana em Woodstock, Nova York, e mergulhei. Tudo que fazia era ler, ler, ler, e tomar notas. Foi na época da Grande Depressão. Eu não tinha dinheiro, mas havia uma importante distribuidora de livros em Nova York chamada Stechert – Hafner, e eu escrevia e pedia livros para eles – os livros de Frobenius eram caros – e eles me mandavam alguns exemplares, e eu não pagava. Era assim que as pessoas agiam durante a Depressão. Eles esperaram até eu conseguir um emprego, e então eu os paguei. Foi um gesto muito nobre. Fiquei realmente grato por eles.

Li Joyce, e Mann e Spengler. Spengler fala de Nietzsche. Vou a Nietzsche. Então, descubro que não se pode ler Nietzche sem ter lido Schopenhauer, e por isso vou a Schopenhauer. Descubro que não se pode ler Schopenhauer sem ter lido Kant. Então, vou a Kant.- bem, concordo, você pode começar daqui, mas é bem difícil. Depois Goethe.

Era excitante ver que Joyce estava na verdade, lidando com o mesmo material. Ele nunca menciona o nome de Schopenhauer, mas posso provar que esse foi uma figura importante na forma como Joyce construiu seu sistema.

Depois leio Jung e vejo que a estrutura de seu pensamento é basicamente a mesma de Spengler, e fico reunindo todo este material.

Não sei como passei esses cinco anos, mas estava convencido de que ainda sobreviveria a mais alguns. Lembro-me de uma ocasião em que tinha uma nota de um dólar na gaveta de uma cômoda, e eu sabia que enquanto ela estivesse ali, eu ainda contaria com meus recursos. Foi bárbaro. Eu não tinha responsabilidade, nenhuma. Era excitante – escrever meus comentários no diário, tentar descobrir o que eu queria. Ainda tenho tudo isto. Quando leio esse material hoje, não consigo acreditar. Na verdade, houve momentos em que quase pensei – quase pensei – “Caramba, gostaria que alguém me dissesse o que eu tenho de fazer”, algo assim Ser livre, implica tomar decisões, e cada decisão é uma decisão que altera o destino. É muito difícil encontrar alguma coisa no mundo exterior que se ajuste ao que o sistema dentro de você tanto anseia. Hoje, sinto que tive uma vida perfeita: aquilo de que precisava apareceu justamente quando eu precisava. Na época, eu precisava viver sem emprego durante cinco anos. Isso foi fundamental.

Como diz Schopenhauer, quando você analisa sua vida em retrospecto, tem a impressão de que seguiu um enredo, mas, no momento da ação, parece o caos: uma surpresa atrás da outra. Depois, mais tarde, você vê que foi perfeito. E tem uma teoria: se você estiver seguindo seu próprio caminho, as coisas virão até você. Como é seu próprio caminho, e ninguém o percorreu antes, não existe um precedente; logo, tudo que acontece é uma surpresa, e na hora certa.