Arquivo de 27/03/2011

Nos idos de 80/90 a nossa seleção de voleibol não tinha títulos, nem camisa, nem mística. Não ganhava quase nada. Ou se ganhava era por aqui mesmo. Na latino-america. Exceção ao ano de 1984. Milagre praticado por uma geração excepcional. Que ultrapassou os seus limites. Quem não lembra? Renan, Xandó, Bernard e cia ltda? Jornada nas estrelas?

Os EUA de Barack eram o país do voley. Além do basquete, do golfe, do tênis, da natação, do atletismo, do futebol americano, do rugby, do beisebol. O país do esportes. Tem mágica? Tem não.

Investimento nos jovens. Leiam a entrevista de Joaquim Cruz, que mora nos EUA desde 1984, casado com uma americana. Embora esteja na Veja, a entrevista é histórica. Lá , Joaquim Cruz ensina o básico. A cartilha de como se investir em esportes.

Foi o que o Banco aí da Camisa Canarinho resolveu fazer. Banco que aliás conheço um cadinho , resolveu entrar no circuito. Ou na Arena.

E com um dirigente chamado Carlos Arthur Nuzmann. Amado/odiado. Nunca ignorado. Para mim um grande dirigente. Para outros um picareta. Existiram outros, Bebeto de Freitas. Mas Nuzmann é Nuzmann.

Não importa.

A partir da chegada do Banco aí da foto, a nossa seleção de volley começou a sua jornada rumo ao infinito.

A seleção com o maior número de títulos mundiais da história do volley.

Superando a Itália.

Superando a descrença.

Desacreditando essa história de que camisa pesa.

Pesa nada.

O que vale é a grana. Bons salários. Treinos com tudo que há de mais moderno.

Jogadores tranquilos quanto ao seu futuro e o futuro da suas famílias.

E o futebol?

Bem diferente é verdade.

A lógica de qualquer outro esporte não se aplica ao futebol.

Enquanto a seleção de Bernardinho ganha 8 de 10 partidas, no futebol a nossa melhor seleção ( a de 1982 , na minha singela e burra opinião ) não passou pela Itália, num dia abortivo onde Cerezzo entregou a pizza, a cereja, o bolo, o kct a quatro e voltamos prá casa tocando samba quadrado.

Mas e aqui em Pernambuco. A terra de Ariano rubro negro Suassuna?

A terra do Capiba tricolor Lourenço bancário?

A terra do flu e alvirrubro Nelson sobrenatural Rodrigues?

O que tem feito o peso das camisas?

As camisas?

Os símbolos?

A numerologia?

O que diria Carlos Penna Filho? Ascenso Ferreira? Manoel Bandeira?

Quais os seus times? Errei algum aí por riba?

Errei o time do grande brasileiro e governador Barbosa Lima Sobrinho? O Timba?

Quem tem mais garra, quem é mais frouxo?

Qual a torcida que empurra mais o seu time?

Quem ama mais um clube?

Que mística afinal é essa?

Que macumba mais doida provoca um pulo de um torcedor em direção à morte?

Amizades desfeitas? Por causa de um time?

Que mística é essa?

Para mim, o símbolo nos ombros e na frente da camisa representa o cifrão – $$$$$ – , a bufunfa, o papé bordado, o arame.

Esse é o motor da mística.

Salários em dia.

Salas de recuperação e um CT à altura de um São Paulo, um Santos.

Médicos, fisiologistas, preparadores físicos, massagistas, ortopedistas, dentistas. Um timaço. Bem pago.

Salários em dia. O carimbo para as conquistas.

Transparência: o caminho para o retorno dos grandes patrocinadores.

Foi assim com o Volley.

Com um ele ou dois.

Pode ser assim em Pernambuco para o Náutico e o Santa Cruz.

Faltam os Nuzmann para as bandas dos Aflitos e do Arruda.

Hegemonia prá mim é isso.

Mística é outra coisa.

E mesmo morando em Salvador eu nunca bati um bombo, nunca comprei nem vendi animais e muito menos os sacrifiquei.

E não acredito em bruxas.

Mas que elas existem, existem…

Como dizer obrigado…

Publicado: 27/03/2011 em Poesia

(Em especial atenção ao amigo João Carlos de Mendonça).

 

No final do ano passado o Fusca rateou. Pela décima quinta vez. Platinado, vela, bateria, soleira, cabeçote, carburador… enfim, o Fusca precisava de socorro. Chegaram João Carlos, Arsênio e Edgar (e claro o Engenheiro do Fusca: André Gustavo).

Cada um do seu jeito, depois vieram Magna, um presente divino, uma amiga que ainda não cheguei a conhecer no plano terreno, mas no plano espiritual posso afirmar que somos irmãos de luz, nossas famílias bis idem. Minha irmã caçula. Que bom.

E do jeito que cada um pode, vem João Carlos e afirma-se como um grande escritor. Mostra o seu raro, raríssimo conhecimento musical, da história da música, dos bastidores, da feitura dos discos, do mundo dos produtores, enfim o cara é o cara.

E dessa ajuda ao Fusca, salvo engano aqui do bancário aluado e metido a poeta, são 21 colunas que começou com a abençoada vinda de Macca ao Brasil.

Do dia 05/11/2010 até hoje. Um livro que já é um livro e que não foi ainda para o prelo, porque João Carlos ainda o está escrevendo. E vai passar a régua e fazer os acertos.

O resto a gente embala para presente e faz a festa.

Que a Bagaço está aí para nos ajudar.

O que eu posso dizer é que ao “broda” João obrigado é muito pouco.

Todos nós ficamos bem melhores lendo a sua coluna Sábado Som.

PS – Se formos computar os seus comentários/aforismos/poemas e haicais, outro livro de 500 páginas já estará também no prelo.